EDIFÍCIO DE SÃO MAMEDE 62-68  | LISBOA | PORTUGAL | 2017

com Falcão de Campos Arquitecto

 

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ARQUITECTURA PAISAGISTA

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INSTALAÇÕES ELÉCTRICAS

 

 

Jorge Alfaiate

2012-2015 | CONSTRUÇÃO 2016-2017 Em curso

507 m2

 

 

 

 

 

Teresa Alfaiate

 

Paulo Palma , Adriana de Almeida

 

 

João Pedro Falcão de Campos | Coordenação geral

 

 

 

ECA Eugénio Cunha & Associados

 

a2p , Cristina Martins

 

António Barroso; Carlos Batista

 

DC , Francisco Cardoso

 

A proposta de intervenção no Jardim do edifício da Rua Nova de S. Mamede, 62-68, baseia-se num conjunto de reflexões sobre o processo formativo do Jardim ancoradas, antes demais, na sua inserção contextual, bem como nas particularidades da sua característica individual, que entendemos significativamente influenciada por essa condição.

 

Esta apreciação da paisagem expressa fundamentalmente pela circunstancia topográfica, pela métrica do traçado urbano, pela presença significativa de água e pela evidente dualidade com o Jardim botânico, quer ainda em registos culturais de alguma erudição, legados em momentos chave da sua formação, permitiu formular pressupostos conceptuais que não se distanciam, contudo, do reconhecimento da sua singela condição enquanto logradouro I horto, em boa parte ainda hoje presente.

 

Quando nos debruçamos sobre a estrutura do Jardim/ Logradouro do Edifício da Rua Nova de S.Mamede 62-68, reconhecemos, quer na evolução do seu traçado primordial quer naquele que configura contemporaneamente o jardim, alguma intencionalidade de conceito que perpassa o previsível num simples horto doméstico. Este não deixa contudo de revelar alguma ingenuidade, pela escala, pela exiguidade dos eixos e o seu forçado remate e pela morfologia convexa do terreno, antagónica à expressa centralidade estrutural.

 

Alguns aspectos da composição prevalecem aos principais momentos da sua evolução, desde a sua origem à actualidade, quer pela sua pertinência a nível interno quer pela forma como relaciona o jardim com o contexto, surgindo como o legado mais relevante:

A sua leitura indissociável do edifício, construindo uma totalidade espacial corroborada pela escala e orgânica das suas partes, interiores e exteriores; a marcação de um eixo central, traçado em continuidade à própria estrutura edificada, projectando o jardim sobre o Jardim Botânico; a presença de um percurso perimetral, que sublinha a geometria da parcela e a robustez dos belíssimos muros, indiciando um retorno ao edifício; a presença de uma massa significativa de vegetação constituindo um bosquete, onde se entrelaçam, filtrando a luz, os exemplares de vegetação rústica e exótica; a presença de água, aparente ou oculta, expressa num pequeno tanque a Poente, e num sistema de drenagem.

 

À herança do sitio juntam-se pressupostos conceptuais que decorrem do propósito de estreitar a sua relação com o edifício, e contemplar a sua adaptação a um uso de habitação plurifamiliar, entendendo o momento contemporâneo como parte integrante da sua história

o espaço é desenhado a partir das linhas directrizes da sua estrutura ancestral, reforçando-se a axialidade longitudinal e uma sequência rítmica, transversal, a partir do alçado posterior do edifício, projectando-o sobre si próprio e o sobre o Jardim Botânico. Gerando uma leitura unitária e maior profundidade, criam-se simultaneamente sub-espaços de estadia intimamente relacionadas com a habitação. A água é um elemento agregador com origem na bica existente deambulando numa discreta mas continua calha de drenagem até ao limite Nascente, sumindo no ponto mais baixo do Jardim. A composição é completada pela massa de vegetação, sobretudo pela plantação arbórea, de forma a prolongar a sua escala e volumetria e de assegurar melhor articulação com o Jardim Botânico.

 

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