MUSEU CARLOS MACHADO | JARDIM DA CERCA DE S. ANDRÉ | PONTA DELGADA  | PORTUGAL  | 2008-2009

com Paulo David Arquitecto

 

Projecto de Remodelação e Ampliação da sede do Museu Carlos Machado | Concurso limitado por Prévia Qualificação | 1º PRÉMIO

CLIENTE

DATA DE PROJECTO

 

 

EQUIPA

 

ARQUITECTURA PAISAGISTA

AUTOR

 

EQUIPA DE PROJECTO

 

 

ARQUITECTURA

AUTOR

 

 

 

ENGENHARIAS

 

 

Governo Regional dos Açores

2008-2009

 

 

 

 

 

Teresa Amaro Alfaiate

 

Paulo Nobre Palma, Maria Quintino, Mª João Próspero

 

 

 

Paulo David | coordenação geral

 

 

 

Adão da Fonseca Engenheiros consultores

O Projecto do Espaço onde se implanta o Museu Carlos Machado é simultaneamente um Projecto de Paisagem, quer no sentido mais restrito, na relação com o jardim da cerca que o envolve, quer na relação com o contexto urbano onde se implanta. As estruturas edificadas estabelecem um diálogo estreito e indissociável com as características peculiares do sítio e prolongam-se por espaços “sem tecto”, de limites bem definidos, também estes de valor arquitectónico, em particular pela sua importância na leitura e compreensão do antigo Convento de Jesuítas.

 

A intervenção neste espaço pressupõe a sua relação mais imediata enquanto elemento agregador do conjunto edificado existente e proposto quer enquanto espaço que tem simultaneamente a escala de um quarteirão, de grande presença em todas as dinâmicas da cidade consolidada, nomeadamente os acessos. Esta ideia relaciona-se directamente com as opções de base do projecto de Arquitectura Paisagista. A estrutura do Jardim do Museu não foi “ inventada”. Ela surge como simples consequência do prolongamento dos principais direcções do conjunto edificado, da resolução das pendentes que o terreno apresenta, da selecção de uma direcção preferencial desde sempre assinalada por uma linha de drenagem natural e pela única porta da antiga cerca, o que permitiu, quase naturalmente, articular o Recolhimento de Sta. Barbara e centro da cidade ancestral com a entrada principal do novo Edifício do Museu.

 

A água é uma elemento estruturante do jardim, no sentido em que assegura o seu funcionamento e sustentabilidade e, decorre de duas ocorrências determinantes - a existência de uma cisterna localizada num ponto mais elevado, no Claustro do Convento, e a evidência de uma linha de drenagem natural que coincide integralmente com o percurso de Sta. Barbara. Tirando partido da presença deste elemento adutor e de uma linha de drenagem forte, o espaço foi pensado no sentido de assinalar e revelar a presença da água, em todo o seu desenvolvimento. Assim, associadas à estrutura dos patamares, surgem delicadas caleiras de água que percorrem o jardim, de Nascente para Poente, acompanhando a pendente desde as cotas mais elevadas (cisterna) até ao muro que limita o percurso principal rasgando-o, e permitindo colectar as águas na base do mesmo. Este percurso da água, animado pela ressonância da queda da água ao logo passagem tencionada, que define a entrada principal do Museu, funcionará estritamente pela drenagem das superfícies dos patamares durante o Inverno e poderá ser assinalado permanentemente durante o Verão, permitindo refrescar o espaço e tirar partido das suas variações sonoras sazonais.

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